Custou mas foi! Vencemos e, mais uma vez, com maior ou menor sofrimento, vencemos bem!
E desta vez, diga-se, entrámos bem no jogo, mercê da equipa escalada por Quique Flores que, finalmente, se apoiou no excelente jogador que é Ruben Amorim em posição central, para colocar Di Maria e Reyes abertos nas alas.
Ao colocar Reyes e Di Maria bem abertos nas faixas do terreno, conseguiu-se maior acutilância ofensiva e uma excelente meia-hora do Benfica, com trocas de bola rápidas e bem delineadas entre os homens da frente.
Com este 4-4-2 bem estruturado e aberto, anulámos também o maior perigo leixonenese: o jogo
pelas alas. Dessa forma, foi possível à nossa defesa jogar mais subida e quase instalada no meio – campo adversário.
O golo marcado por Elvis na própria baliza, foi o prémio para uma excelente meia-hora do Benfica. Após o golo, as coisas equilibraram-se e, mercê das poucas oportunidades de golo, a vantagem mínima era natural ao intervalo. Este equilíbrio, na minha opinião, deveu-se À lesão de Ruben Amorim que teve que sair para dar lugar a Carlos Martins.
Na segunda parte o jogo recomeçou como tinha iniciado. Reyes surge desmarcado na área e remata para boa defesa de Beto. Quinze minutos depois,o espanhol cede o lugar a Nuno Gomes. Quique reordenou a equipa, quase à moda antiga, com apenas um jogador nas faixas, surgindo Aimar no flanco esquerdo. Mais tarde ia entrar Balboa para o lugar de Di Maria, mantendo, desta forma, o figurino táctico atrás referido.
Entretanto surge o segundo golo. Nuno Gomes volta a facturar e mostra que se não houver renovação é um erro!
O pior acontece logo de seguida. Carlos Martins lesiona-se a vinte minutos do fim e, sem substituições o Benfica tem que jogar este período com menos um jogador. Para piorar o cenário, quase instantaneamente, num lance fortuito, o Leixões marca e reduz!
E pronto! O sofrimento do costume. Neste caso, tendo em conta que defrontámos uma boa equipa, teve muito sabor. Os jogadores foram bravos porque lutaram com rigor e tiveram discernimento.
Parabéns a Luisão pelos 200 jogos com a camisola do maior clube do mundo! A época anterior foi um desastre colectivo e Luisão, um dos bodes expiatórios para muitos adeptos, chegou a demonstrar a sua mágoa pelo facto de ser constantemente criticado. Este ano está a provar a todos que estavam enganados quando, injustamente, o criticavam. É o pilar da nossa defesa e, com ou sem braçadeira, é um autêntico capitão.
Destaque-se a exibição de Miguel Vítor que, mais uma vez, mostrou que o futuro só lhe (nos) poderá ser risonho. Sidnei, Luisão, David Luiz e Miguel Vitor são quarto excelentes centrais. Uma defesa bem estruturada é sinal de estabilidade e vitória em campeonatos. Para o ano, há
que manter este núcleo, na sua totalidade.
Rúben Amorim terá que jogar no meio. Em meia-hora, apesar de poder ter mostrado muito mais, verificou-se o acompanhamento que a sua leitura de jogo e posicionamento no terreno deu ao futebol ofensivo da equipa, tendo, inclusive, permitido a Aimar maior segurança no meio campo adversário. E Maxi resguarda-se muito mais no terreno, jogando mais posicionado no mieo campo defensivo, fechando os caminhos aos rápidos alas adversários.
Uma palavra também para Aimar. Se dúvidas houvesse sobre a sua condição física, elas ficaram dissipadas. Após a lesão de Carlos Martins, jogou como um autêntico “box to box”, de área a área, pisando terrenos que não os seus, e obrigado a esforço redobrado. Para além disso, durante o período de jogo anterior, movimentou-se livremente pelo ataque, pautou ritmos de jogo e combinou e desmarcou os seus colegas. Deu ainda uma ajuda indispensável no trabalho de recuperação da bola a meio campo.
Não fosse a lesão de C. Martins e penso que tínhamos ganho sem grandes sobressaltos. Sim, porque o Leixões, apesar de ser a revelação da Liga, ontem, só se mostrou perigoso nas ofensivas depois de ficarmos em inferioridade numérica.
Uma palavra final para o fantástico público na Luz que após o golpe sofrido com a lesão e o golo dos homens do Mar, sentiu que tinha que se portar como o 11º jogador.
1 comentário:
Amigo Hugo, quanto ao Nuno Gomes aparentemente pode estar descansado que as negociações parecem encaminhadas (pelo menos este não deve dar preferência às fortunas do FC do Porto, como a ingrata cebola). Espero é que não tenhamos de lhe subir o principesco ordenado, bem basta o Luisão.
Quanto à análise ao jogo, é irrepreensível. Só espero que as lesões não sejam graves e continue a haver, já que a qualidade futebolística não é muita, atitude e entrega e espírito colectivo, que os tempos são de sofrimento. Não podemos claudicar na ponta final, como nas épocas anteriores. Não desta vez.
Abraço,
Zé Amaral
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