Ele sabe falar. É elegante com as palavras que usa, eloquente e coerente nas suas ideias. Ganhe ou perca, o seu discurso é sempre o mesmo: tranquilo, lúcido, sem nunca se repetir ou fugir a qualquer questão.
Hoje, disse duas ou três coisas que eu considero essenciais numa equipa de futebol ao nível do Benfica. Elogiou a nossa Liga ( aqui não concordo muito com ele), falou de Balboa, elogiou o Vitória, e até houve tempo para falar de Maradona.
Esqueceu a anormalidade dita por Cajuda ontem e referiu que o adversário tem qualidade e sabe o que deve fazer em campo, sendo uma equipa organizada. Se Cajuda, inchado (sabe-se lá com o quê), referiu que ganhar ao Benfica é normal, Quique indica que uma das coisas mais importantes é nunca subestimar os rivais. Para tal, lembrou – nos até que o Vitória terminou o campeonato à frente do Benfica na época passada.
Quanto à liga, refere que, hoje em dia, as “grandes equipas que se descuidam são ultrapassadas. Há que fazer as coisas bem e de forma regular. Agora os outros também têm bons treinadores, bons jogadores e boas equipas.” Indica que mesmo na vitória, temos que encontrar aspectos a melhorar.
De facto, como equipa em crescimento, considero essenciais estas palavras. O treinador referiu que todos os treinos e jogos servem sempre para aprender e melhorar: “Penso que, realmente, estamos em crescimento. Temos melhorado. (…)Mesmo assim, há coisas a melhorar”. Deu o exemplo do jogo com a Naval: “a forma como não conseguimos manter aquela vantagem inicial ante a Naval mostra que esta equipa ainda tem de melhorar em diversos momentos”.
Ainda tempo para se referir a Balboa, uma das decepções no que toca a contratações. Tal como Rui Costa, indica que Balboa está a atravessar o período normal de adaptação a uma nova realidade. Não só o defendeu, como penso que o motivou ao indicar que, por ter sido uma escolha sua, deve sempre exigir o máximo dele.
Na mesma linha de discurso, reforçou que conta com todos os atletas. Para a sua equipa técnica estão todos em igualdade: “Quero que todos tenham um compromisso com a equipa e, jogue quem jogar, importa a atitude”.
Em suma, em mais uma intervenção, Quique mostrou como é tão diferente da maioria dos treinadores “cá do burgo”. Mais uma conversa com a Comunicação Social e mais uma lição sobre como ver e entender futebol, através de uma linguagem diferente daquela a que nos fomos habituando por cá.
PS - Escrevo este post logo após a vitória do Sporting sobre o Rio Ave, sabendo também que o FCPorto sofreu a terceira derrota seguida. Para além disso, o Benfica ainda não jogou. Mas mesmo que não ganhemos, não muda o que penso deste treinador.
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